A falta de emprego e a persistência da informalidade configuram uma crise do emprego juvenil que constitui “uma situação dramática” e um desafio em nível local, nacional e internacional, disse o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, nesta cidade da Colômbia ao participar de uma mesa redonda sobre emprego juvenil com representantes de todo o continente americano.
“Algumas pessoas falam de uma geração perdida”, lembrou Ryder, ao advertir aos presentes ao encontro que no mundo “existe uma crise de emprego juvenil, que é uma crise econômica, social e política também”.
A mesa redonda sobre emprego juvenil foi realizada no âmbito da XVIII Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho, organizada pela OEA em Medellin, e contou com a participação de ministros do Trabalho, delegados governamentais, representantes de trabalhadores e de empregadores e de organizações de jovens.
As discussões foram moderadas pelo ministro do Trabalho da Colômbia, Rafael Pardo, e contaram com comentários da Secretária Executiva para o Desenvolvimento Integral da OEA, Sherry Tross.
Guy Ryder disse que cerca de 73 milhões de jovens estão desempregados em todo o mundo e que mais de 200 milhões de jovens estão trabalhando mas ganham menos de 2 dólares por dia. Segundo ele, devem conformar-se com ocupações de baixa renda, sem proteção nem direitos laborais.
“Esta é uma situação dramática”, disse Ryder, ao lembrar que em alguns países da Europa, como Grécia e Espanha, foram atingidas taxas altíssimas de desemprego juvenil.
Acrescentou que embora na América Latina e Caribe as taxas sejam mais moderadas, repete-se a
situação de que constitui um problema que requer políticas específicas. Segundo estimativas da OIT, o desemprego juvenil médio da região é de 13,7%, o dobro da taxa geral e quase o triplo que o dos adultos.
Destacou a importância de gerar políticas macroeconômicas que gerem emprego para os jovens e políticas ativas do mercado de trabalho que favoreçam sua inserção. Também considerou importante intervir nos processos de formação e buscar meios para romper o círculo vicioso de falta de experiência e falta de emprego.
Disse que as políticas devem ser consideradas em nível local, em nível nacional e em nível internacional. “A cooperação internacional é essencial”, disse Ryder, que considerou que o desafio do emprego juvenil deve ser considerado como “uma prioridade”.
Durante o encontro, os ministros e delegados governamentais expuseram as principais políticas desenvolvidas por seus países para enfrentar os desafios do emprego juvenil, o que permitiu realizar uma troca de experiências.
Também participaram da mesa redonda representantes de organizações de jovens de diversas partes da Colômbia, os quais apresentaram perguntas e inquietações e coincidiram em seu interesse em participar dos processos de discussão de medidas e estratégias para enfrentar os desafios do emprego juvenil.
Os jovens concordaram em destacar a importância de impulsionar não somente o emprego mas também o empreendedorismo e a capacidade empresarial dos jovens.
Por outro lado, deixaram claro que é preciso “passar do discurso à ação”.