A aprovação da proposta de reajuste de 9% sobre salário e gratificação e de 20% sobre o ticket-alimentação, em assembleia realizada domingo, 22/6 pelos trabalhadores do Setor de Transporte, põe fim ao indicativo de greve da categoria que seria deflagrada na madrugada desta segunda-feira. O resultado da assembleia foi comunicado oficialmente hoje pela manhã,23/6, durante audiência realizada no auditório do Pleno, conduzida pela presidente do TRT de Goiás, desembargadora Elza Silveira, que, quarta-feira, numa última tentativa de promover a conciliação, havia se reunido com os representantes da classe patronal e dos trabalhadores para elaborar nova proposta a ser apreciada pela categoria.
De acordo com a presidente, a negociação foi um trabalho hercúleo e muito sério de todos que levou à conciliação. “Agradeço demais a maturidade dos sindicatos e dos trabalhadores que buscaram a ponderação para a manutenção do serviço de transporte coletivo e asseguraram à população o direito de ir e vir”, concluiu. A desembargadora Elza explicou que a homologação do acordo será feita pelo Tribunal Pleno, que irá decidir, também, sobre o abono dos dias não trabalhados pelos grevistas.
Os sindicatos patronal e dos trabalhadores também reconheceram o empenho do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás e do Ministério Público do Trabalho em buscar o entendimento entre as partes para evitar a deflagração da greve. “Agradecemos o esforço e o empenho, sem os quais o acordo não teria acontecido”, manifestou o Sindittransporte. “Quero agradecer a vossa excelência, desembargadora Elza, e ao Ministério Público do Trabalho pelo esforço na negociação”, afirmou o Sindicoletivo. Na mesma linha, os advogados do Setransp cumprimentaram a presidente do Tribunal.
A procuradora-chefe do MPT, Janilda Guimarães, explicou que a atuação do Ministério Público do Trabalho durante o dissídio coletivo de greve foi para que os trabalhadores fossem ouvidos e de estabelecer a negociação dentro do equilíbrio de forças. “No jogo de forças há sempre um ponto de equilíbrio ético capaz de satisfazer as duas partes”, afirmou.
Além do reajuste salarial, no acordo as empresas abriram mão dos interditos proibitórios movidos contra o Sindicoletivo e o Setransp reafirmou a posição de manter o serviço de transporte coletivo que atenderá os trabalhadores do sistema de transporte e também a população, durante a madrugada, o chamado “corujão”. O Setransp se comprometeu, ainda, a não penalizar os trabalhadores que aderiram ao movimento.