Estado é processado por demissão ilícita de servidores

 

Segundo a procuradora do Trabalho Tatiana Simonetti, parte dos servidores demitidos já tinham a chamada estabilidade funcional, que garante que sejam reaproveitados em outros locais da administração pública caso o órgão em que trabalham seja extinto, o que não ocorreu. O MPT-SP considerou, com base na Constituição, que as demissões foram ilegais e tentou revertê-las junto ao governo do Estado.

“Fizemos algumas audiências com representantes da Procuradoria Geral do Estado e da Secretaria de Gestão e Orçamento, mas não houve negociação quanto ao aproveitamento dos funcionários estáveis”, afirmou a procuradora, que por esse motivo decidiu entrar com a ação. 

Para o MPT-SP, recentes decisões administrativas que extinguiram fundações públicas, como a Fundação Educar e Fenorte, mostram que houve aproveitamento dos servidores estáveis em funções semelhantes. “Mesmo que a motivação (para as demissões) seja a extinção do órgão, era possível ter uma solução mais humana”. Alguns dos servidores da Fundap trabalhavam no órgão há cerca de 40 anos.

A Fundap era o órgão responsável pelo apoio técnico a outras instituições na formação e aperfeiçoamento de executivos, desenvolvimento de tecnologia administrativa e prestação de assistência técnica. Entre os principais projetos criados pela fundação, alguns deles premiados internacionalmente, estão o Poupatempo, o Via Rápido e o EJA Mundo do Trabalho.

Pedidos – Na ação o MPT-SP pede a suspensão imediata do desligamento dos servidores estáveis da Fundap, “com o aproveitamento destes em funções similares na administração pública do estado de São Paulo, com os mesmos direitos de seus empregos originários”, diz o texto. O órgão também pede a reintegração dos servidores estáveis que já foram desligados, com reaproveitamento em outras funções similares ou mantendo-os em disponibilidade até que o aproveitamento seja possível.

Fonte: MPT