A exemplo do que acontece no Brasil e em vários outros países, a Colômbia também tem experimentado retrocessos em sua legislação trabalhista, com a supressão crescente de direitos dos trabalhadores e a precarização sistemática das condições de trabalho. Paralelamente, o povo colombiano procura construir um processo de pacificação nacional, que ponha termo a mais de cinquenta anos de guerra civil a qual está submetido.
IRMA BEATRIZ LOPES SUAREZ, DANIEL CASTRO CAMPOS E PATRICIA RUIZ CANO são advogados comprometidos com a defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora e suas organizações sindicais, assim como com a pacificação de sua pátria. Ao que tudo indica, o atentado praticado contra as suas vidas se constitui em uma tentativa de intimidação de profissionais comprometidos com o Direito do Trabalho e com o processo de paz que está em curso na Colômbia.
Trata-se da utilização dos mesmos métodos de inspiração fascista que foram recentemente utilizados no Brasil, e que resultaram no assassinato da vereadora Marielle Franco, defensora intransigente dos direitos humanos em sua acepção mais ampla.
Silenciar diante de um crime grave como este significa ser conivente com a destruição progressiva do Direito do Trabalho em nosso continente, e com a ascensão de concepções políticas autoritárias, que procuram se impor pela força, em claro prejuízo à Democracia e à liberdade.
Por estas razões, a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas – ABRAT, coerente com os seus princípios estatutários, se solidariza com os advogados que foram vítimas deste atentado monstruoso, e apela às autoridades públicas colombianas para que apurem os fatos, punam, exemplarmente, os culpados e protejam os Advogados e Advogadas.