OAB: Ministro do STJ escreve em homenagem ao advogado

No dia 11 de agosto, há exatos 187 anos, foram criados no Brasil, os primeiros cursos de Direito, mais precisamente em São Paulo e Olinda, sendo esta a razão por que hoje se comemora o Dia do Advogado. Profissão que abracei de forma apaixonada, seja percorrendo os corredores de fóruns e tribunais, seja representando toda uma classe, como presidente da briosa Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, por duas oportunidades.
 
A advocacia foi para mim, quando dela me aproximei, o que o ferro é para o ímã. Um meio de realizar justiça, uma forma de lutar contras as desigualdades, sentimentos estes que ainda me impulsionam a combater o bom combate como membro da magistratura nacional.
 
O papel do advogado vai muito mais além dos simples embates processuais ou das tribunas das Cortes de Justiça brasileiras. O advogado é, acima de tudo, um cidadão da República.
 
Cabe-lhe a hercúlea tarefa de defender, principalmente, a liberdade, a vida, a honra e o nome de seus clientes, bens este que têm muito valor, mas não têm preço, e para tanto há de recusar qualquer tipo de esterilidade e entregar a efêmera existência jurídica à construção de justiça, de caridade, de cidadania, de paz e de dignidade.
 
Deveras que a luta pelo bem-estar de todos exige uma atuação intransigente em favor das pessoas injustiçadas e que têm seus direitos violados. Um esforço contínuo pela redução dos arbítrios ainda existentes, para que cada cidadão tenha os seus direitos e garantias fundamentais assegurados. E isso o advogado alagoano sabe fazer, e o faz muito bem.
 
E aprendamos, ainda mais, com lições adquiridas com grandes exemplos alagoanos de lutas sociais, jurídicas e republicanas, tal qual Zumbi dos Palmares, que batalhou pela liberdade dos oprimidos, ou Deodoro da Fonseca, ao proclamar a República, ou, também, Dra. Nise da Silveira, que tratou com humanidade seus pacientes e, ainda, como Pontes de Miranda, que eternizou o nome de Alagoas e do Brasil no cenário jurídico mundial, exemplos estes que devem ser tidos como cláusulas pétreas das condutas pessoais e profissionais de todos aqueles que pretendem realizar Justiça.
 
É com a palavra – escrita ou falada – que se defende os clientes. E, para tanto, um advogado, parafraseando Carlos Drummond de Andrade, há de ter uma voz, duas mãos e o sentimento do mundo.
 

Parabéns advogadas e advogados alagoanos, a festa é de vocês, o dia é de vocês, mas a alegria, permitam-me, é minha também.