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Representantes das empresas e dos trabalhadores do transporte coletivo de Criciúma vão voltar a se reunir na segunda-feira (9), no TRT-SC, às 14h, para continuar a audiência de conciliação relativa à greve de motoristas e cobradores iniciada nesta sexta (6) e interrompida por um triste fato.
 
O advogado da empresa Expresso Coletivo Forquilhinha, Robinson Kraemer, recebeu a notícia do falecimento de seu pai, que estava internado em São Paulo. Ele precisou deixar a audiência e foi acompanhado por David Tiscoski, proprietário da mesma companhia, que emprega 76% dos trabalhadores do setor.
 
Devido a essa representatividade, o procurador do Setpesc (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Santa Catarina), Elias Sombrio, em acordo com os demais empresários do setor, preferiu não responder à contraproposta do Comando de Greve, representado pelos procuradores Francisco Balthazar e Divaldo Amorim. Nesse momento, a desembargadora Teresa Cotosky, relatora do Dissídio de Greve e que vinha mediando as negociações, achou por bem suspender a audiência, já remarcando a nova data para segunda-feira.
 
A proposta do Comando de Greve, deflagrada por um grupo dissidente do sindicato da categoria, prevê o reajuste de 10% para os motoristas e 12% para os cobradores, sendo que os recursos necessários para isso seriam obtidos a partir da extinção de uma subvenção patronal sobre a folha de pagamento, no valor de 1%, paga pelas empresas ao sindicato da categoria (Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cargas e Passageiros de Criciúma), que conta com pouco mais de 200 filiados.
 
Nesse ponto pode residir outro impasse. O procurador do sindicato, Edulberto Bergmann, disse que qualquer negociação que envolva a extinção da subvenção não será aceita. Antes da saída dos representantes da Expresso Coletivo Forquilhinha, as empresas haviam oferecido 9% para os motoristas e 9,9% para os cobradores, mantida a subvenção ao sindicato.
 

Apesar do impasse, a desembargadora Teresa Cotosky mostrou-se otimista com o avanço das negociações. “Todo conflito possui um caminho para a solução, e acredito estarmos bastante próximos dela”, disse. Um bom sinal é que a questão dos dias parados está praticamente resolvida. As partes aceitaram a proposta da procuradora regional do trabalho Sílvia Maria Zimmermann, do Ministério Público do Trabalho, de que metade dos dias paralisados seja compensada nas férias, com o abono dos 50% restantes.