Cerca de 300 empregados de unidade do Frigorífico localizada no interior de Mato Grosso retornaram, no dia 29, aos trabalhos, após 14 dias de greve
Cerca de 300 empregados da unidade de Tangará da Serra do Frigorífico Marfrig retornaram na manhã desta terça-feira (29) aos trabalhos, após 14 dias de greve. No final da tarde desta segunda, a 1ª Vara do Trabalho do município homologou o acordo entre o sindicato dos trabalhadores e representantes da empresa que pôs fim ao movimento paredista. A conciliação ocorreu com a participação do Ministério Público do Trabalho.
 
Os grevistas estavam de braços cruzados desde 14 de outubro. Com mobilizações em frente à unidade e passeatas pela cidade, eles acusavam a empresa de não cumprir com um acordo firmado em agosto.
 
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Alcool (Sintiaal), que representa a categoria, o frigorífico deixou de cumprir diversos aspectos pautados em reunião com a Diretoria, como, por exemplo, a equiparação salarial que seria conferida a cerca de 1.000 trabalhadores. Apesar da promessa, apenas 200 empregados do setor de miúdos teriam recebido a equiparação.
 
Na conciliação, que ocorreu em Ação de Interdito Proibitório, a empresa se comprometeu, entre outros pontos, a treinar e orientar os encarregados de forma a manter “tratamento respeitoso em suas relações com os subordinados” e afirmou que dentro de 45 dias iria examinar a existência de possíveis desníveis salariais entre seus empregados, conforme lista encaminhada pelo sindicato, se comprometendo a reclassificar aqueles que estejam em função inadequada.
 
Histórico
 
Um dia após o início da greve, a empresa ajuizou ação de Interdito Proibitório na qual acusava o Sindicato dos Trabalhadores de realizarem piquetes em frente à unidade. Entre outras coisas, afirmavam que os empregados que aderiram ao movimento estavam impedindo a livre circulação de pessoas, insumos, veículos e animais, bem como bloqueando os portões de entrada e saída da empresa para o trânsito de caminhões.
 
A juíza Deizimar Mendonça Oliveira, que conduziu as negociações, atendeu parcialmente os pedidos e incluiu o processo em pauta para tentativa de conciliação, que acabou resultando infrutífera. Após o intermédio do MPT, trabalhadores e representantes do frigorífico marcaram reuniões para avanço nas negociações e, nesse meio tempo, a empresa ajuizou dissídio coletivo de greve no TRT, cuja audiência de tentativa de conciliação foi delegada à magistrada de Tangará da Serra pelo presidente do Tribunal.
 
O processo relacionado ao dissídio foi incluso na pauta desta segunda (28). Todavia, as partes preferiram celebrar o acordo nos autos do interdito proibitório, sendo este processo incluído em pauta a pedido das partes. Após discussões durante toda a tarde, trabalhadores e a empresa chegaram à conciliação, homologada pela Justiça. Por fim, as partes desistiram do dissídio coletivo de greve.
 

(Processos 0001014-45.2013.5.23.0051 e 0001050-87.2013.5.23.0051)