Empregados estavam sob vigilância armada, permaneciam em alojamento com péssimas condições de higiene, com relatos de refeição servida azeda e insetos no local
Fiscalização feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 25 trabalhadores encontrados em condições análogas à de escravo em uma obra de nova fábrica da Ambev  em Uberlândia. A ação, realizada em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Militar (PM), ocorreu na madrugada do dia 18 de outubro  e levou à prisão de um encarregado armado no alojamento ocupado pelos trabalhadores. A arma apreendida não tinha registro e o funcionário não possuía porte legal para o uso. 
 
Além de estarem sob vigilância armada, os empregados permaneciam em alojamento com péssimas condições de higiene. Não havia colchões para todos eles e alguns eram obrigados a dormir na garagem da casa. Durante a fiscalização, os trabalhadores denunciaram que a refeição servida era azeda e que havia grande quantidade de insetos no local. 
 
Também foram constatadas irregularidades na terceirização da obra. A empresa Marco Construções e Projetos Ltda, contratada pela Ambev para a execução da obra, quarteirizou parte da construção para outra empresa. No primeiro semestre deste ano, a Ambev anunciou investimento de R$ 550 milhões na construção dessa unidade, que será a quarta fábrica da empresa em Minas Gerais.
 

Participaram da operação dois procuradores do MPT, três auditores-fiscais do MTE e dois policiais militares. “O MPT acompanhou toda a ação e está apurando os fatos. Diante da gravidade dos fatos apurados, serão de pronto, adotadas as medidas judiciais cabíveis para regularizar essa situação e reparar os danos verificados”, destacou o procurador do Trabalho Paulo Gonçalves Veloso.