Na última semana, a cidade do Rio de Janeiro se transformou na capital da advocacia brasileira; o motivo foi a realização da 22ª Conferência Nacional dos Advogados
Na última semana, durante os dias 20 e 23, a cidade do Rio de Janeiro se transformou na capital da advocacia brasileira. O motivo foi a realização da 22ª Conferência Nacional dos Advogados, o maior evento jurídico da América Latina, que reuniu mais de 16 mil pessoas sob o teto do imenso Pavilhão 4 do Riocentro. Tendo em vista a qualidade dos debates, dos convidados envolvidos e do espetacular resultado, foi uma verdadeira festa da democracia que nos encheu de orgulho e alegria. Afinal, sua elaboração e organização consumiu um ano de planejamento e trabalho intenso do Conselho Federal da Ordem e da OAB/RJ.
 
Histórico
 
Toda Conferência Nacional da OAB marca a história. Acredito que essa edição será lembrada pelo momento efervescente que o Brasil pós-manifestações atravessa, pelas polêmicas de alguns temas jurídicos e pelo fortalecimento da Ordem como defensora da democracia. Isto refletiu nos números que conquistamos: 16 mil inscritos, um recorde notável, sobretudo se observarmos que o marca anterior, de 7 mil, fora obtida na excelente Conferência de 2011, em Curitiba.
 
Reforma política
 
Ficou claro, mais uma vez, que a Conferência não está restrita às lutas da classe. Engloba a discussão de aspectos vitais para a sociedade e o Estado. Aprendemos muito com debates que reuniram uma gama de conhecimentos dos mais variados e uma multiplicidade de opiniões. Entretanto, um tema foi unânime: a reforma política como saída mais do que urgente para sanar vícios e corrigir distorções. E resposta concreta a um intenso movimento de cobrança da população.
 
Risco à democracia
 
O resultado do primeiro turno nas eleições deve servir de alerta. Em diversos estados, houve maciça votação em candidatos que criminalizam movimentos sociais e desacreditam a própria democracia. Muitas das bancadas eleitas tentam falsear as justíssimas reivindicações das jornadas de junho com propostas como aumento de penas e redução da maioridade penal. Os pleitos por mais saúde, educação e transporte foram respondidos com um discurso demagógico que busca desqualificar a política, e frequentemente desemboca no extremismo.
 

Coluna publicada no jornal O Fluminense.