Nesta sexta-feira, 24, comemora-se o Dia Internacional do Jovem Trabalhador, data diretamente ligada à valorização do jovem no mercado de trabalho.
Nesta sexta-feira, 24, comemora-se o Dia Internacional do Jovem Trabalhador, data diretamente ligada à valorização do jovem no mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/PNAD 2013), no Brasil existem mais de 49 milhões de jovens de 15 a 29 anos, estando a maior parte deles ocupados (57 %), solteiros e morando com os pais. E, em território nacional, a inserção destes jovens no mercado de trabalho tem como um dos principais aliados a Lei de Aprendizagem (Lei 10.097/2000).
 
Dentro desta faixa etária classificada pelo IBGE como jovem, podem se tornar Aprendiz, de acordo com a lei, aqueles com idade de 14 a 24 anos incompletos, que estejam cursando o ensino fundamental ou médio. Como aprendiz, o jovem passará a estudar e trabalhar, recebendo, ao mesmo tempo, formação na profissão para a qual está se capacitando. Classificado como um contrato de trabalho especial, o contrato de aprendizagem tem duração máxima de dois anos, com anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), salário mínimo/hora e todos os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos.
 
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados no Resumo dos Contratos de Aprendizagem Nº 01, mostram que em 2010 foram admitidos mais de 200 mil aprendizes, sendo o setor com maior saldo de aprendizes o de serviços, com 39,4% (16.114) dos contratos, seguido pelo de comércio com 28% (11.446) e pela indústria de transformação, com 27,5% (11.250). De acordo com o relatório, todas as regiões brasileiras apresentaram saldo positivo, sendo predominante o preenchimento de vagas por menores de 17 anos.
 
De acordo com o levantamento, é possível perceber um crescimento na inserção dos jovens no mercado de trabalho através dos contratos de aprendizagem. Nos estado do Pará e Amapá, que integram a 8ª Região, este crescimento foi considerável. No Pará, em 2005 se tinha 1.050 contratos de aprendizagem, e em 2010, este número subiu para 3.203. No Amapá, o número de aprendizes subiu de 125 em 2005, para 516 em 2010. Esta expansão dos contratos de aprendizagem ao longo dos anos chegou a todos os setores, inclusive Administração Pública.
 
O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, por exemplo, iniciou o programa em 2013 e, atualmente, encontra-se com sua segunda turma de aprendizes em atividade. Em cada turma são selecionados 10 jovens, através do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), entidade credenciada para a seleção de aprendizes. Durante o contrato de aprendizagem, que tem duração de dois anos, os jovens aprendizes do TRT8, além das atividades desenvolvidas dentro do tribunal, passam por aulas teóricas sobre assuntos relacionados ao mundo do trabalho, tais como: comportamento, relacionamento interpessoal, roupas adequadas, postura profissional, entre outros temas importantes para a sua formação enquanto trabalhador.
 
Para estes jovens, que em sua maioria tem através contrato de aprendizagem sua primeira experiência no mercado de trabalho, a oportunidade é transformadora, como destaca Mailson Teixeira Faria, de 15 anos, aprendiz da Secretaria de Tecnologia da Informação do TRT8. “É a primeira oportunidade que tenho de emprego e é uma conquista pessoal, que significa uma abertura de caminhos para a vida. O programa me fez crescer tanto pessoalmente como profissionalmente. O programa trouxe-me maturidade. Hoje em dia, sou uma pessoa mais decidida sobre o que desejo, profissionalmente, além de traçar objetivos pessoais”.
 
Para a jovem de 16 anos, Bianca Pinheiro, aprendiz da Diretoria-Geral do tribunal, a oportunidade lhe possibilitou conhecer a área do direito e traçar objetivos neste sentido. “O programa significa para mim uma abertura de ideias. Antes de ingressar no programa, tinha muitas dúvidas sobre que curso escolher para a graduação e, atualmente, estou bem tendente a decidir por cursar Direito”, afirmou. Entre os mais novos jovens aprendizes do tribunal está Diego Souza, de 14 anos, em atuação na Secretaria de Tecnologia da Informação, que acredita que o programa possibilita aos seus integrantes uma oportunidade de atuação no mercado de trabalho, dentro da área com que se identifica. “É um ganho de experiência e ser jovem aprendiz tem suas exigências. É necessário que meu esforço seja sempre acima do máximo, com grande empenho na escola e no trabalho. A partir do momento que o programa terminar, planejo dar atenção máxima aos estudos e, para isso, guardo parte do salário que recebo para fazer investimentos futuros nos estudos”, concluiu.
 
Fonte: TRT 8