Nas 6ª e 7ª rodadas do Campeonato Brasileiro de Futebol das Séries A e B, entre 5 e 12 de junho, uma campanha entra em campo, em vários estádios, para lembrar que o Brasil ainda precisa vencer o desafio de proteger três milhões de crianças submetidas ao trabalho infantil. 

Nas 6ª e 7ª rodadas do Campeonato Brasileiro de Futebol das Séries A e B, entre 5 e 12 de junho, uma campanha entra em campo, em vários estádios, para lembrar que o Brasil ainda precisa vencer o desafio de proteger três milhões de crianças submetidas ao trabalho infantil. "Lugar de criança é na escola. Diga não ao trabalho infantil". Com este slogan, a Justiça do Trabalho convida todas as torcidas a se unirem na defesa de políticas públicas que protejam a infância e garantam o direito de iniciação profissional a jovens aprendizes.

No Paraná, a faixa com imagem e slogan da campanha foram exibidas ao público no sábado, 06/06, na partida entre Atlético-PR e Vasco da Gama na Arena da Baixada (22h). Na terça-feira, 09/06, será a vez da Vila Capanema (19h30) no jogo entre Paraná Clube e Luverdense; e, no sábado seguinte, 13/06, a campanha chegará ao Estádio Couto Pereira, que receberá Coritiba e Flamengo (16h30).

A legislação brasileira proíbe o trabalho infantil e permite apenas o exercício de atividades remuneradas na condição de aprendiz, na faixa etária entre 14 e 16 anos. Em 2013 existiam 3,2 milhões de crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, em situação de trabalho infantil no País, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) do IBGE. Apesar de uma redução de 9% em comparação com o ano anterior, o número é considerado alto diante do compromisso do governo brasileiro de erradicar o trabalho infantil.

Em palestra sobre o assunto em Curitiba, na segunda quinzena de maio, a ministra Katia Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho, alertou que um dos maiores mitos que cercam o trabalho infantil é a ideia de que as pessoas que se dão bem na vida começam a trabalhar cedo. "São exceções, a regra é que quem começa a trabalhar cedo no Brasil acaba indo para o trabalho degradante ou para o trabalho análogo à escravidão", alertou Katia Arruda.

Dados da Organização Internacional do Trabalho - apresentados pela ministra - mostram que 92% dos trabalhadores adultos resgatados do trabalho forçado no Brasil já tinham sido vítimas do trabalho infantil, iniciado antes dos nove anos de idade. Já estatísticas da PNAD-IBGE revelam que quanto antes os jovens começam a trabalhar, piores serão as condições econômicas no futuro - salário médio de R$ 1.000,00 para quem começou a trabalhar antes dos 14 anos e de R$ 500 para quem começou antes dos nove anos.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2014, no Paraná, ainda havia 138.546 crianças e adolescentes com idades de cinco a 17 anos trabalhando - já excluídos do levantamento os adolescentes aprendizes.

 

A DATA

O Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, comemorado em 12 de junho, foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2002, data da apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Anual do Trabalho. No Brasil, a Lei nº 11.542/2007 institui o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.

 

Fonte: TRT 9