Assim como ocorre em inúmeros países o Brasil vive um momento de dificuldade econômica, tendo como principal causa a crise estrutural da economia mundial, situação que contamina a política, agravada pelo abalo ético, que observamos na sociedade brasileira, como um todo.

 

Constatamos com preocupação, que o país passa por dificuldades que se agravam à medida que faltam estadistas e sobram oportunistas, que conspurcam o Poder da Nação, o que vem determinar que o fim do financiamento de campanha por empresas privadas corresponde a maior conquista da cidadania brasileira no ano de 2015.             

A Ordem Constitucional e a democracia construída ao longo destes 27 anos exige a preservação e o respeito de todos, o que não observamos no momento.

 A decisão tomada de forma abrupta e sem o mínimo fundamento jurídico pelo Presidente da Câmara, com o objetivo de impedir o mandato da Presidente da República, não considerou que sua decisão agravará ainda mais a crise institucional, política e econômica, pela qual o país atravessa, com consequências, imprevisíveis e prejuízos irreparáveis ao povo brasileiro.

Não, podemos apostar na lógica do “quanto pior melhor” como fazem políticos imaturos e despreparados, quando o que está em jogo é muito mais que um mandato presidencial. Em realidade, o que está em jogo é a estabilidade social da nação.

É com extrema preocupação que a Advocacia Trabalhista Brasileira observa no cenário nacional a falta de compromissos de inúmeras autoridades brasileiras com as políticas públicas, o que contribui para um quadro de desorganização da política, de modo que expressam compromissos com outros interesses que não coincidem, os com o povo brasileiro.

A par de integrarmos – consoante norma explícita da Constituição (art. 133) – mister indispensável à administração da justiça, na condição de advogados, o exercício da advocacia trabalhista nos coloca ainda frente ao preocupação de ver ameaçados, pelos mesmos setores que hoje se agitam em favor do “impeachment”, os mais comezinhos e históricos direitos dos trabalhadores deste país, e os avanços sociais ocorridos na última década.

 

Diante do quadro de degeneração política, conclamamos as pessoas responsáveis deste país, que cerrem fileiras contra a usurpação do voto popular e a defesa da nossa Carta Magna.

 

Brasília, 08 de dezembro de 2015.

Silvia Lopes Burmeister

                                                                                                                          Presidenta