A Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro lançou o projeto Gift Box, na estação Bonsucesso do teleférico do Complexo do Alemão. O projeto consiste na colocação de grandes "caixas de presentes" com mensagens que instigam a curiosidade do público. Ao entrar nelas, o visitante vai conhecer a história de pessoas que já foram traficadas. A ação é uma campanha internacional contra o tráfico de pessoas. Central do Brasil, Copacabana, Cinelândia, Campo Grande e Duque de Caxias também receberão o projeto.
A iniciativa é uma parceria com a ONG inglesa Stop The Traffik, que conta com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e que realizou a mesma ação durante as Olimpíadas de Londres. Será a primeira vez que as caixas sairão de Londres. O objetivo da iniciativa é chamar a atenção da população para a necessidade de combater o tráfico de pessoas e erradicar o trabalho escravo. A Gift Box contará com voluntários, que vão ajudar a conscientizar a população sobre o problema, dando explicações e distribuindo panfletos.
Os relatos dentro da caixa vão detalhar a realidade das pessoas traficadas, dando informações ainda sobre problemas como exploração sexual, trabalho escravo, adoção ilegal de crianças e tráfico de drogas. O projeto será realizado de forma experimental no Rio durante o encerramento da Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (de 23 a 28 de julho). A intenção é que a iniciativa sirva de teste para o projeto que será desenvolvido durante a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas de 2016.
Segundo a última Estimativa mundial sobre o Trabalho Forçado da OIT, cerca de 21 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado. Isto é, estão presas em empregos que lhes foram impostos por meio da coerção ou engano e os quais não podem abandonar.
A maioria das formas de tráfico de seres humanos pode ser considerada trabalho forçado e, portanto, os dados refletem o âmbito geral do tráfico de seres humanos com fins de exploração laboral e sexual, que é considerada por muitos como a escravidão moderna.
As estimativas da OIT mostram que no mundo três de cada 1.000 pessoas são vítimas de trabalho forçado neste momento.
Noventa por cento das vítimas são exploradas por indivíduos ou empresas privadas, enquanto que 10 por cento são forças a trabalhar pelo Estado, grupos militares rebeldes ou em prisões, sob condições que violam as normas fundamentais da OIT. A exploração com objetivos sexuais constitui 22 por cento de todas as vítimas e a exploração com fins laborais representa 68 por cento do total.
No Brasil, o movimento será coordenado pela Secretaria estadual de Assistência Social e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com parceria de outras entidades, como Etnia Rio/IMM, Jocum (Projeto Kick-Off) e Exército da Salvação.